terça-feira, outubro 02, 2012

Primeiras resenhas de The Casual Vacancy...

 
  Ocorreu no último dia 27 o lançamento do mais novo livro de J.K. Rowling – que há quatro anos, com Os Contos de Beedle, o Bardo não publicava uma nova obra -, o romance para adultos The Casual Vacancy. Entre positivas e negativas, as primeiras resenhas do livro já começaram a ser publicadas lá fora.
  É raro ver um escritor que você pensa que conhece bem se desdobrar em uma nova dimensão com esta, uma dimensão que você sequer suspeitava existir. The Casual Vacancy é, de uma forma engraçada, não tanto uma extensão dos livros de Harry Potter como a sua imagem negativa: é um mundo dolorosamente arbitrário e perdido, um mundo que, privado como é da magia que anima e enobrece Hogwarts, afunda e racha sob o seu próprio peso.
 
Positivas
Intermediárias
Negativas
People Magazine
Publishers Weekly
TIME
The Scotsman 
Huffington Post
 Washington Post
The Guardian
 The Independent 
 The New York Times
 Entertainment Weekly
LA Times
NY Daily News

  A tradução completa desta e outras resenhas podem ser conferidas nos links acima. No decorrer dos próximos dias estarei atualizando a notícia com novas resenhas, conforme estas forem publicadas, portanto: vigilância constante!

 O Blog SagaPotter buscou três resenhas, uma de cada poste que você viu acima. Até mesmo as "Negativas" elogiam o novo romance de J.K.Rowling.
 Clik no link para saber mais...



Positivas...


THE CASUAL VACANCY
Novo livro de J.K. Rowling: não é o Harry Potter de seus filhos

People Magazine ~ Elizabeth Gleick
27 de setembro de 2012
Tradução: Daniel Mählmann

  Um milhão de cópias adquiridas na pré-venda. “50 Tons de Cinza” e “No Easy Day” caíram do topo das listas dos mais vendidos. Quase não importa se o novo livro de J.K. Rowling é bom: para os fãs famintos, sem material da amada autora de Harry Potter desde 2007, a publicação de 27 de setembro do livro “The Casual Vacancy”, seu novo romance – proibido para crianças! – oferece esperança e literatura mágica inédita para agitar seus mundos.
Bem, nós não estamos mais em Hogwarts. Estamos, no entanto, em uma espécie de Little Whinging, casa dos parentes detestáveis do jovem Harry, os Dursley – só que em The Casual Vacancy a cidade inglesa provinciana cheia de adultos monstruosos e adolescentes miseráveis é chamada de Pagford, e não há nenhum Hagrid para aparecer em uma motocicleta e nos levar a um lugar mais divertido.
Descrito na pré-publicação como um “comédia de costumes”, The Casual Vacancy não é assim tão engraçado. Ao contrário, é um livro duro e ambicioso, cheio de mágoa e comentários sociais amargos sobre a presunção dos ricos e o desespero dos pobres. Já mencionamos que esse não é um livro para crianças?
Em 503 páginas, Rowling toca em uma litania de problemas modernos. Bullying? Está lá. Auto-flagelação? Está lá. Ansiedade debilitante? Também. Racismo, estupro, vício em heroína, decepção, morte – está tudo aqui, amarrado em um conto primorosamente traçado e densamente povoado sobre a intriga de uma pequena cidade.
O título do livro refere-se a uma posição no Conselho Paroquial de Pagford deixada vaga após um membro, o bem-intencionado Barry Fairbrother, cair morto inesperadamente nas primeiras páginas. Enquanto vários moradores anseiam substituí-lo, uma feia divisão surge entre aqueles que querem se livrar do Fields, um conjunto habitacional em ruínas (jeito britânico de se referir a casas de baixa renda) nos arredores da pitoresca cidade, e aqueles que simpatizam com as famílias de baixa renda do Fields, especialmente a adolescente Krystal Weedon, a filha de um viciado.
Apesar de temas difíceis e talvez 50 páginas extras, Rowling produziu uma leitura viva com grandes personagens memoráveis e um final verdadeiramente emocionanante; aquelas mais de 400 milhões de cópias vendidas dos livros de Harry Potter não foram nenhuma coincidência.
Rowling capta a humanidade em todos, mesmo quando essa humanidade não tem uma boa aparência. E – embora a criação de Harry Potter tenha sido mais do que suficiente – se Rowling queria convencer o mundo de que ela pode lançar outros feitiços, ela conseguiu.



Intermediárias...


THE CASUAL VACANCY
Resenha de ‘The Casual Vacancy’: O Muito Esperado Novo Livro de J.K. Rowling
Huffington Post ~ Andrew Losowsky
27 de setembro de 2012
Tradução: Marina Anderi
 
  Aqui está o que a maioria das publicações dirá sobre o primeiro livro adulto de J.K. Rowling: não é para crianças. Contém palavrões, estupro, racismo, pornografia, auto-injúria, suicídio, violência doméstica, uso de heroína e maconha, uma personagem que contempla abuso infantil e descrições explícitas de sexo.
Mas nada disso é de graça. Focar nesses elementos faz esse, no geral, inofensivo livro parecer estar no patamar de Trainspotting – Sem Limites ou Laranja Mecânica. Não está.
Ao invés disso, “The Casual Vacancy” é, no real, um livro bem escrito que tem como tema central a responsabilidade por aqueles menos afortunados, todo o tempo impregnado com os sempre presentes temas britânicos de classe e noções de propriedade.
A vida interiorana britânica é bem literalmente provinciana. Como se é mostrado em grande parte da literatura britânica, de Austen até McEwan, é cheia de milhares de ressentimentos mesquinhos e desejos secretos que ocupam as mentes dos mais entediados. E tédio mais ressentimento resultam em drama.
Em “The Casual Vacancy”, a vida diária da cidade fictícia de Pagford é sacudida logo no início do livro com a morte de Barry Fairbrother, um membro local do conselho, técnico da equipe feminina de remo local e um adepto da responsabilidade local e civil de a local em nome dos moradores d’Os Campos, o projeto de habilitação local onde Fairbrother cresceu.
Sua morte dá a seus inimigos no conselho, liderados pelo dono de iguarias local, Howard Mollison, uma oportunidade de eleger um substituto amigável – sua chegada quebraria o impasse de votação no conselho e, através de uma cuidadosa divisão de distritos, tornaria possível colocar Os Campos para fora de Pagford. Isso, junto com o fechamento da clínica local de metadona, ajudaria, nos olhos deles, a restaurar Pagford para uma existência idílica, de classe média, sem pobreza.
No entanto, Mollison e sua detestável família não haviam contado com as forças combinadas da assistente social Kay, do doutor Parminder e dos filhos dos vários adultos mais desagradáveis da história, em sua maioria, cujas próprias motivações servem para enfraquecer os melhores planos de trouxas e homens.
Certamente não chega como surpresa que Rowling sabe como escrever um enredo mirabolante e envolvente, e o “vácuo” (vacancy) causado pela morte de Barry Fairbrother é nada mais do que um fator motivados para as numerosas ações que se seguem. Assim como a Pedra Filosofal e o Cálice de Fogo não são centrais para a narrativa de Harry Potter, a eleição em si se torna nada mais do que uma desculpa para intenção dramática.

Deixando o início de lado, o enredo é muito focado em personagens em individual e suas interações ao invés dos eventos externos, Rowling certamente não alivia nas críticas em suas descrições. As personagens adultas são em sua maioria pessoas desagradáveis que são motivadas por interesse próprio e vitórias mesquinhas. Os homens em particular são, com poucas exceções, frequentemente misóginos violentos, enquanto as mulheres são em sua maioria fracas e possuem auto-aversão (embora ao menos algumas delas sejam bem intencionadas.)
Agradáveis ou não, esses adultos parecem estar incrivelmente seguros e mostram entender todas as suas motivações dramáticas. De fato, a clareza da terceira pessoa autorial é uma das fundamentais fraquezas do livro, revelando um nível de cálculo por trás de casa decisão que mal parece crível, e sem as ambiguidades que poderiam deixar acreditáveis essas personagens e suas decisões.
Contudo, as verdadeiras estrelas desse livro são os adolescentes, cujas vidas são vividas em paralelo com as de seus pais. Suas ações são mais acreditáveis e instintivas, suas motivações são mais confusas e equivocadas. Essas personagens, por sua vez, atraem e repulsam o leitor, levados por níveis púberes de vergonha, raiva, hormônios e possibilidade. Apenas quando suas ações são empurradas diretamente em influenciar o enredo é que elas ocasionalmente forçam credibilidade.
Nesse grupo estão Stuart Wall, conhecido como “Fats” (“Gorduras”), um mini Holden Caulfield (N/T: O protagonista e anti-herói do romance O Apanhador no Campo de Centeio, que se tornou um ícone da rebelião adolescente) que acha que é invulnerável e está constantemente procurando por autenticidade; Andrew Price, apaixonado pela garota nova e constantemente à sombra de seu melhor amigo, Fats; Sukhvinder, obeso e que sobre bullying causado por Fats; e Krystal Weedon, uma garota dos projetos que tem um pai ausente, uma mãe viciada em drogas que é escassamente eloquente e ocasionalmente se prostitui.
Krystal representa o coração do livro e sua mensagem. Ela estará salva do destino de sua mãe ou terminará pior? Ela pode escapar para uma existência de classe média? O quanto de seu futuro depende das decisões dos outros, que clamam “obrigação/responsabilidade pessoal” enquanto mostram pouco de si próprios e são rápidos em julgá-la como caso perdido e um estereótipo? O que acontece com Krystal e outros milhares como ela se nós virarmos as costas e, como é literalmente encenado em uma cena climática, estivermos tão ocupados com nossas próprias considerações miseráveis que não notaremos que alguém está gritando por socorro?
Em uma época de austeridade e cortes nos serviços públicos no Reino Unido, “The Casual Vacancy” contém uma forte narrativa política que, se não fosse pela fama da autora, provavelmente recebia pouca cobertura. Se o livro fará alguma diferença? Permanece em aberto a questão; outros já detectaram a influência de Harry Potter nas visões políticas dos jovens. Para Rowling, presidente de uma casa de caridade que ajuda famílias de pais solteiro, esse livro é mais complexo e atraente do que um mero slogan, mas também parece ter sido escrito com intenção política.
Rowling é claramente uma escritora talentosa. Esse livro é mais deprimente do que seu trabalho anterior porque acontece em um mundo sem magia, onde crueldade é menos apocalíptica e mais mesquinha, crível. Embora algumas sequências pareçam rascunhos que ainda não ficaram prontos, outras são escritas com um fluência e beleza que sugere que poderia haver mais e melhores trabalhos vindos da caneta dela.
Esse livro seria publicado se não fosse pelo nome na capa? Quase certeza que sim. Alguém prestaria atenção para ele, ou sua mensagem? Provavelmente não. Vale a pena ler? Sim, porque se tornou um ponto de conversa entre leitores e, ao contrário de “Cinquenta Tons de Cinza”, lê-lo não é uma experiência dolorosa. É merecedor de prêmios? Provavelmente não, mas eu definitivamente estaria interessado em ler o próximo livro dela, independente do histórico que o nome na capa carrega.
Em resumo, “The Casual Vacancy” é um bom, embora não seja ótimo, livro sobre uma Inglaterra interiorana de espírito mesquinho. O que mais você esperava?


 Negativas...


THE CASUAL VACANCY
Primeira olhada no novo livro de J.K. Rowling, “The Casual Vacancy”: sem magia, mas cheio de profanação inesquecível

NY Daily News ~ Sherryl Connelly
27 de setembro de 2012
Tradução: Gabriel Amaral


  J.K. Rowling foi de Harry Potter à boca suja.
Em seu primeiro romance adulto, “The Casual Vacancy”, o qual o Daily News obteve antes do lançamento de quinta-feira, ela tem todo um novo vocabulário à sua disposição.
Ela se mostra hábil a usar a palavra fuck e uma longa passagem é dedicada à exploração da pornografia online por dois adolescentes, que admiram uma mulher atraente. E é mais do que apenas varinhas mágicas e corujas brancas – o que os jovens veem é descrito em termos extemamente descritivos. A maioria da linguagem que ela usa para relatar a navegação imprópria é tão suja que não podemos repeti-la num jornal familiar.
Rowling disse que o pior que podem dizer de “The Casual Vacancy” é que é “espantoso” – e que ela “deveria ter continuado a escrever para crianças”. Pois bem, aqui vai… Desculpe, J.K.
“The Casual Vacancy”, que um livreiro ansiosamente previu que seria o maior romance do ano, não é espantoso. É apenas estúpido.
A primeira impressão americana será de 2 milhões – número enorme para a maioria dos escritores, mas meramente respeitável para Rowling. A série “Harry Potter” vendeu 450 milhões de cópias impressas mundialmente. Em 2007, o último, “Harry Potter e as Relíquias da Morte”, vendeu um milhão de cópias por dia nos primeiros 10 dias. Ainda assim, a expectativa para o grande livro adulto de Rowling é alta. Uma campanha de marketing maior está planejada e Rowling, que permaneceu na maioria das vezes em silêncio acerca da publicação de cada Potter, concedeu algumas entrevistas selecionadas.
O título se refere a uma vaga no conselho de uma paróquia britânica, enquanto a história se concentra no movimento na pequena Pagford para separar a cidade de um projeto de habitação de baixa renda que se localiza em suas proximidades – o qual não possui atrativos relevantes.
Mas há um fator de excitante, também, já que Rowling, que protegeu a castidade dos estudantes em Hogwarts, finalmente pode escrever obscenidades. Além da pornografia online, há também um estupro trágico, indicação de como Rowling está determinada a lidar com as coisas difíceis dos dias de hoje. Pagford é uma pequena cidade idílica com bangalôs de 1930 e uma praça principal pavimentada. Infelizmente, foi incapaz de separar-se completamente da realidade contemporânea. Uma cidade vizinha conseguiu colocar sua pobreza em um conjunto habitacional, os Campos, tão perto de Pagford que suas crianças estão legalmente autorizadas a frequentar a escola da cidade.
Barry Fairbrother – anote o nome – um expedicionário social e membro do conselho da paróquia administrativa cai morto em um estacionamento. Com a notícia se espalhando, “The Casual Vacancy” parece seguir a direção de uma comédia de conduta, já que os moradores todos tropeçam uns sobre os outros para serem os primeiros a dar a notícia.
Descobre-se que a ambição que Rowling tem escondido dos leitores ao longo dos anos de Potter era seu desejo de mergulhar em realismo social. Seu veículo é Krystal Weedon, de 16 anos, que mora nos Campos com sua mãe, uma viciada em heroína, e seu irmão de 4 anos.
Weedon é como uma protegida de Fairbrother e apesar de ser constantemente boca suja, ele tinha organizado para que um repórter local entrevistasse-a. Ele esperava que a história dela poderia contrariar um movimento do conselho da paróquia para empurrar a responsabilidade dos Campos de volta à cidade vizinha – à qual os membros de esquerda sempre acreditaram que pertencia.
Fairbrother e outros cidadãos progressistas de Pagford acreditam que têm o dever de ajudar os residentes dos Campos.
Então é assim que somos apresentados aos cidadãos da cidade, como o diretor, um homem tolo e fracassado casado com uma mulher inteligente, que está perdendo a paciência com ele. Seu filho Fats, um garoto cruel que se aproveita da aceitação sexual de Krystal. E o proprietário da loja de guloseimas da cidade e líder do movimento anti-Fields, que é tanto conivente quanto presunçoso.
Isso nada mais é do que uma amostragem das pessoas ao longo das terras de Pagford, e eles estão todos enganados a sua própria maneira em suas próprias histórias a contar. O problema é que nenhum deles é interessante ou mesmo particularmente amigável. Coletivamente, é muito fácil de virar a página sobre eles.
São os adolescentes então que carregam o fardo de nos fazer se importar. E apesar de Rowling contruir com mais sucesso o drama nesta frente, o problema é que ela não tem muito mais o que acrescentar para os anais da contenda adolescente. Idem em pobreza infestada de drogas. Nós já lemos sobre isso antes, de forma mais sombria, gélida e melhor.
A força de Rowling nunca foi sua prosa. Foi sua habilidade de criar personagens inesquecíveis e tecer histórias que nos mantiveram cativos. A magia simplesmente não está lá em “The Casual Vacancy”.
De fato, o feitiço foi quebrado.

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