sábado, junho 29, 2013

Daniel Radcliffe em entrevista para o ‘The Guardian



Tradução e adaptação: Edigar Gomes. Site: Daniel Radcliffe Brasil

  Seu próximo papel é na peça de Martin McDonagh, The Cripple Of Inishmaan. O que o fez querer interpretar Billy, o aleijado do título?
Michael Grandage, o diretor, me mostrou umas três ou quatro peças, e no momento em que eu li “Cripple”(Aleijado) eu não tive dúvidas. Eu sou basicamente o realce trágico dessa peça; Billy tem algumas falas engraçadas, mas a maior parte da comédia vem das pessoas sendo rudemente cruéis com ele. O que eu realmente gosto muito.
Eu aprendi que eu aprecio a violência no palco. Eu tive a sorte de passar muitos dos meus intervalos, quando criança, coreografando cenas de luta, em Harry Potter. Então eu sou muito bom nisso, o departamento de dublês sempre disse que eu arrasava.

Billy sonha em deixar  Inishmaan e ir para a ilha  de Inishmore, onde eles estão filmando Man Of Aran. Você sentiu alguma conexão pessoal com o personagem?
A ambição de Billy de querer sair daquela pequena ilha é uma das coisas pelas quais eu me atraio. Alguém que tem sido deixado pra baixo por toda a vida ainda pode dizer “Não, vocês estão todos errados. Eu acredito que posso fazer alguma coisa da minha vida”. Eu com certeza não me relaciono em ser desacreditado a minha vida inteira – Eu tive oportunidades incríveis desde pequeno – mas muitas pessoas ainda acreditam que eu nunca vou ser bem-sucedido fora de Harry Potter. Então meu caminho é provar pras pessoas que eu não sou incapaz de fazer coisas diferentes. Caminho é uma coisa que não falta pra mim.

Você é fã da banda British Sea Power, e em 2009 eles fizeram uma trilha sonora pra Man Of Aran. Você chegou a ouvir essa versão?
Sim, eu assisti, acho que os primeiros 10 minutos com o álbum. Eu comentei isso com Michael Grandage, na esperança de que eu consiga conhecer o British Sea Power, que ele traga a banda pra fazer nossa trilha.

É verdade que você queria ter uma tatuagem com alguma letra da British Sea Power?
Sim, de “Bravery Already Exists”. Eu quero ter uma tatuagem no meu antebraço, uma no meu peito e talvez uma nas costas. Tem muitas citações que eu amo. Isso soa pretensioso, tem essa citação de Samuel Beckett: “Sempre Tentei. Sempre Falhei. Não importa. Tento de novo. Falho de novo. Falho melhor.”

Mas você não tem nenhuma tatuagem ainda?
Não, eu preciso manter uma série de trabalhos onde eu não preciso estar sem roupa, mas não consegui isso ainda, por alguma razão. Teve os primeiros anos da minha carreira, quando eu estava apenas em Harry Potter e não tinha muita nudez. Mas desde então, tem tido isso em quase todos os meus trabalhos. Recentemente eu tive a cena de sexo gay em Kill Your Darlings, uma cena na piscina em The F Word e uma cena de sexo hétero em Horns. Tem sido um ano cheio disso.

Desde Equus, você se envolveu em projetos corajosos. Você precisa estar assustado por um projeto novo?
De algum jeito é só má sorte. Tudo que é interessante pra mim acontece de ser difícil, como mostrar meu pênis(Equus) ou ter de aprender a dançar(How To Succeed In Business Without Really Trying).Mas também eu passei 10 anos em o que poderia se chamar de “zona de conforto”. Sem querer ser muito clichê, tem uma citação de Henry For que diz: “Se você sempre faz o que você sempre faz, você só vai conseguir o que você sempre conseguiu.”

O que é que você gosta na citação de Samuel Beckett sobre as falhas? Os filmes Harry Potter fizeram bilhões e A Mulher de Preto e a série A Young Doctor’s Notebook foram ambos um sucesso…
Eu sei que parece que eu não tive falhas na minha carreira, mas há coisas que considero falhas, quando eu olha para certas performances e penso: “Isso não é bom o suficiente.”

Você pode dizer quais?
Harry Potter e o Enigma do Príncipe – eu não gosto da minha performance nesse filme. Há coisas em The Woman in Black: Eu estou muito feliz que tenha ido bem, mas eu olho para esse filme e provavelmente havia seis semanas entre acabar Potter e começar esse, então eu ouvi a mesma voz e vejo um estilo muito semelhante de atuar .



Muitas pessoas estão surpresas que você, Emma Watson e Rupert Grint souberam seguir em frente. Por que isso? 
Isso parece surpreender todo mundo: Por que você não está confuso? É muito bom quando você entra nesse lugar com expectativas muito baixas, porque você sempre terá uma surpresa. Mas é muito difícil de definir por que tudo acabou bem. Você sabe, com a minha mãe sendo uma diretora de elenco e meu pai um agente literário, eu ouvi muitas coisas ao redor da mesa de jantar, reclamações de certos atores e seus comportamentos. Então, quando você chega a um set de filmagem com isso na sua cabeça, você diz, “Oh Deus, eu não quero que ninguém fale de mim dessa maneira.”

Você disse uma vez que via muito programa político na TV. Você ainda vê? 
Menos parlamentares, atualmente, mas eu assisto toneladas de programas de perguntas, tipo “quiz shows” e eu sou pouco obsecado por “Come Dine With Me”. Eu estou sempre surpreso porque eu sou um “comedor rotineiro”, mas por que você iria naquele programa e não comeria nada? Eles só se vão para as casas das pessoas por uma semana e ficam tipo “Ohh, não posso comer isso”.

De que maneira você é um comedor rotineiro?
Esta é uma das coisas que eu nunca poderia admitir a enquanto eu era Harry Potter, mas eu sou muito ruim em comer frutas e legumes. Basicamente, eu tenho a dieta de um marinheiro irlandês do século 19, fora tomar um litro de cerveja preta por dia. São carne e batatas, pão e queijo: esses são os meus quatro grupos de alimentos. Mas no momento eu estou fazendo bastante exercício, então isso é bom.

No seu próximo filme a ser lançado, Kill Your Darlings, você está interpretando Allen Ginsberg. Quão aterrorizante foi?
Isso foi muito aterrorizante, é o que eu tenho a dizer.

nNão, não, não, apenas por interpretar Ginsberg em um filme sobre os Beats. Allen Ginsberg: Americano, judeu, da classe trabalhadora. Daniel Radcliffe: Inglês; judeu, a propósito, mas nãopraticante; de classe alta, e definitivamente parece um milhão de milhas de distância de Allen Ginsberg. Quando você começa pensar dessa forma: “Eu não posso ser apenas bom neste filme eu tenho que ser melhor do que bom para as pessoas  realmente me dêem uma chance.”. Mas eu acho que há muitas pessoas que vão vê-lo e me ver de uma forma muito diferente depois. Que é uma coisa boa.

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